segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Resenha: As virgens suicidas


Autor: Jeffrey Eugenides
Editora: Companhia Das Letras
Ano de lançamento: 2013
Páginas: 231
Nota: 4/5 <3



Sinopse: Num típico subúrbio dos Estados Unidos nos anos 1970, cinco irmãs adolescentes se matam em sequência e sem motivo plausível. A tragédia, ocorrida no seio de uma família que, em oposição aos efeitos já perceptíveis da revolução sexual, vive sob severas restrições morais e religiosas, é narrada pela voz coletiva e fascinada de um grupo de garotos da vizinhança. O coro lírico que então se forma ajuda a dar um tom "sui generis" a esta fábula da inocência perdida. Os mistérios vibrantes do "intoxicante caos feminino" se misturam a certa melancolia que evoca - nostálgica e criticamente - valores e sentimentos do que se convencionou chamar de sonho americano.


Resenha:


         Primeiramente, sinto necessidade de ressaltar o quão é intensa toda a leitura desse livro, em diversos momentos eu me peguei parando a leitura para pensar sobre a vida das meninas Lisbon, e, sinceramente, eu tinha vontade de gritar, incitar os personagens a fazer algo para ajudá-las, enfim, é um livro por vezes sufocante

       A história começa a ser contada a partir do último suicídio das irmãs, depois o Jeffrey retoma e começa a contar como tudo começou, no caso, o primeiro suicídio, ora pela visão de um narrador onisciente ora pela visão de um grupo de meninos que são fascinados pelas meninas Lisbon e contam a história por meio de suposições lógicas que esses mesmos fazem, ou seja, em nenhum momento é possível confirmar se as cinco irmãs realmente pensaram, falaram ou se sentiram daquela forma, já que, em nenhum momento, elas narram a história. 
       Em algumas partes, me pareceu, que havia ainda uma protagonista entre as irmãs, aquela em que os meninos mais falavam e faziam suposições e aquela a qual o Jeffrey deu "mais atenção", isso não é uma coisa que incomoda o leitor, não é como se as outras irmãs fossem passadas para trás ou tivessem sendo desmerecidas, mas é algo bem perceptível, e eu achei tal escolha um bom recurso já que seria complicado dar o mesmo foco a todas as meninas. 
     Outra coisa que me surpreendeu foi que eu pensei que todos os suicídios iam acontecer ao decorrer do livro e em sequência, e o que ocorre é que a primeira irmã se mata e o leitor vai passar praticamente o livro inteiro com as suposições sobre como as meninas estão sofrendo, como sua rotina vai de mal a pior e o que esses meninos tão apaixonados tentam fazer e pensar em fazer para melhorar essa realidade. Não morre uma, depois outra, depois mais outra, em uma sequência com espaço de tempo (e isso não é spoiler já que o livro deixa bem claro que todas as irmãs morrem).
      Sinceramente, tentei me manter meio imparcial em relação aos pais da meninas, e tentei por várias vezes me pôr no lugar deles mas eu achei impossível, eu tinha vontade de dar um murro em cada um para vê se eles reagiam, eu supliquei o livro inteiro para que eles fizessem alguma coisa que pudesse mudar o fim das meninas mesmo sabendo que isso não aconteceria.
        Eu fiquei completamente curiosa com a história das irmãs Lisbon e, ao meu ver, o autor poderia ter proporcionado mais momentos falando sobre elas. Isso porque, tem partes no livro em que os meninos contam a vida de outras pessoas da rua, e algumas nem se quer são minimamente interessantes e nem tem uma ligação real com a história das meninas, então eu achei que ele perdeu tempo fazendo isso em vez de deixar o leitor ficar um pouquinho mais com a história de Cecilia, Lux, Bonnie, Mary e Therese já que a despedida seria inevitável. 
    Outro destaque é que achei os capítulos muito longos, temos capítulos com 80 páginas e atualmente isso não é algo comum de acontecer nas divisões dos livros, mas dei um desconto já que o livro foi escrito em 1993 e não é esse detalhe que vai tirar a grandeza do livro.
      Enfim, o livro é maravilhoso e muito tocante, e o autor faz isso sem ser forçado, ele consegue fazer você ficar dias e dias pensando na família Lisbon sem que isso seja nitidamente um desejo dele, e isso é uma das coisas que eu mais aprecio em qualquer autor.
       Além de que a edição da Companhia Das Letras está belíssima, a capa é harmoniosa e as cores combinaram perfeitamente com o aspecto inocente (mas não tão inocente) que o autor quer passar das irmãs Lisbon e tudo casou perfeitamente.


Sem dúvidas é um livro que eu indico muito, que com certeza vai mexer de alguma forma com você, acho impossível você sair o mesmo que entrou em uma leitura como essa!



6 comentários:

  1. Me interessei por este livro, mesmo você falando de alguns pontos negativos dele. Quando tiver tempo vou comprar e ler. Ótima resenha. Estou APAIXONADA pelo seu blog hahaha, me inscrevi já

    Beijos.
    (Escolhas Literárias)

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    1. Que bom que ficou interessada, é um ótimo livro e espero que assim que você leia faça uma resenha para eu poder conferir a sua opinião, ok?!
      Fico feliz que tenha gostado do blog hahaha MUITO FELIZ MESMO!
      E obrigada por se inscrever <3
      Beijos!

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  2. Oii.
    Tenho curiosidades em ler essa história mas não tenho certeza se irei curtir. Fico na dúvida se não é um enredo cansativo, extenso demais... mas a tua resenha ficou bem completa.

    beijos
    http://mundo-restrito.blogspot.com.br

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    1. Opinião é opinião né?! Eu não posso te garantir que você não vai achar o enredo cansativo mas eu garanto que EU não achei e olha que eu ando achando tanto enredo cansativo que minha nossa.... hahaha
      Que bom que achou a resenha completa, fico contente com isso :)
      Beijos!

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  3. Oi, Willma!
    Não sei o motivo, mas esse livro não consegui me deixar interessada. Ele não desperta minha curiosidade, mas se algum dia tiver oportunidade vou ler só para superar essa rejeição! rsrsrsrs
    Adorei o blog e já estou seguindo!

    Beijos,

    Rafa [ blog - Fascinada por Histórias]

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  4. Oie! Já me disseram que esse livro é muito bom, espero algum dia conseguir lê-lo!
    Bjs, se puder comentar nessa resenha ajudaria muito:
    http://resenhasteen.blogspot.com.br/2014/11/shakespeare-e-elas.html

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